sábado, 30 de junho de 2012

Promoções de 40% em alguns livros


Hoje fui ao Pingo Doce do Lavradio, o antigo Feira Nova. Para meu espanto, alguns livros estão a 40% de desconto, outros a 20% e poucos a 10%, os mais recentes. Comprei logo dois. Um já conheço porque foi o melhor Romance Histórico e o primeiro que li, "A Filha do Capitão" de José Rodrigues dos Santos, e "O Cemitério de Praga" de Umberto Eco só conheço o autor.




Sinopse
 
Durante o século XIX, entre Turim, Palermo e Paris, encontramos uma satanista histérica, um abade que morre duas vezes, alguns cadáveres num esgoto parisiense, um garibaldino que se chamava Ippolito Nievo, desaparecido no mar nas proximidades do Stromboli, o falso bordereau de Dreyfus para a embaixada alemã, a disseminação gradual daquela falsificação conhecida como Os Protocolos dos Sábios de Sião (que inspirará a Hitler os campos de extermínio), jesuítas que tramam contra maçons, maçons, carbonários e mazzinianos que estrangulam padres com as suas próprias tripas, um Garibaldi artrítico com as pernas tortas, os planos dos serviços secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, os massacres numa Paris da Comuna em que se comem os ratos, golpes de punhal, horrendas e fétidas reuniões por parte de criminosos que entre os vapores do absinto planeiam explosões e revoltas de rua, barbas falsas, falsos notários, testamentos enganosos, irmandades diabólicas e missas negras. Óptimo material para um romance-folhetim de estilo oitocentista, para mais, ilustrado com os feuilletons daquela época. Há aqui do que contentar o pior dos leitores. Salvo um pormenor. Excepto o protagonista, todos os outros personagens deste romance existiram realmente e fizeram aquilo que fizeram. E até o protagonista faz coisas que foram verdadeiramente feitas, salvo que faz muitas que provavelmente tiveram autores diferentes. Mas quando alguém se movimenta entre serviços secretos, agentes duplos, oficiais traidores e eclesiásticos pecadores, tudo pode acontecer. Até o único personagem inventado desta história ser o mais verdadeiro de todos, e se assemelhar muitíssimo a outros que estão ainda entre nós. Um romance fantástico, de um autor que uma vez mais mostra saber como nenhum outro combinar erudição, humor e reflexão. 
 
Pela sinopse da contra capa, a história e o enredo parecem ser bons. Quando terminar a Fazenda passo para este Cemitério, a ver se gosto do género.Parece ser uma mistura de imagniário e suspanse, com policial à mistura. Vamos lá ver o que sai daqui...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

"O Afinador de Pianos" de Daniel Mason

Este livro foi uma surpresa. Primeiro, porque não sabia praticamente nada sobre ele. Segundo, porque nem sempre leio livros deste género. Terceiro, não sabia muito bem se ia ou não gostar, não tinha muitas expectativas.


O livro conta a história de Edgar Drake, um afinador de pianos inglês, especialista em pianos Erard, que é convocado pelo Exército Britânico para ir à Birmânia, encontrar-se com o Dr. Anthony Caroll, para afinar o seu Erard, no meio de uma zona shan (povo local), Mae Lwin, onde está o acantonamento do Doutor.
Edgar deixa a sua esposa, Kathrine, e vai para a Birmânia, numa viagem pela Europa, Mar Vermelho, Índia...até à Birmânia.
E, sem saber como, vê-se numa rede de intrigas e politicas que ele não conhecia e que não estava minimamente preparado.

Ao principio comecei a achar que não ia gostar muito, porque tem uma forma um tanto estranha de apresentar os diálogos (que até faz sentido, depois de analisada). Mas depois começou a entrar mais ação...e foi adensando-se.

E acabou por tornar-se um livro muito interessante, diferente.

O primeiro ponto de maior relevo é a sensação. O livro apela aos sentidos. Toda a descrição, muito vivida, do percurso de Edgar até à Birmânia, e a sua estadia lá, tudo é muito vivido, quase que é possível cheirar, provar, tocar, ver, ouvir. Muito bom!

O segundo ponto prende-se com a história em si: o tratamento histórico do autor. Parte do enredo é verídico. A ocupação inglesa na Índia e na Birmânia é um facto histórico, bem como algumas das personagens que aparecem no livro.

O terceiro ponto é a reviravolta inteligente que acontece quase no final da obra. Não estava nada à espera. Surpreendeu-me em absoluto. Fantástico.

É um romance histórico que nos leva numa viagem maravilhosa pelo oriente e pela mente do afinador de pianos.

Recomendo a todos os que gostam de romance histórico, livros onde existe exotismo, paisagens bonitas, palavras subtis e um desfecho diferente, e a cima de tudo, para quem gosta de se aventurar numa aventura diferente e cativante.

Gostei muito!!!