sábado, 15 de setembro de 2012

"A Sombra do Vento", de Carlos Ruiz Zafón


Depois de muita curiosidade sobre este livro e depois de várias conversas sobre ele, decidi compra-lo e lê-lo.
Tenho a dizer, primeiro, que este é um livro muito especial, muito enigmático e muito, mas muito bom.
Não sei porque é que ainda não fizeram um filme baseado no livro, ia ficar espetacular.

"A Sombra do Vento" tem uma escrita poética e muito bonita, onde o que é dito, uma simples descrição de um ato banal, é feito de uma forma melodiosa e cheia de "sabor". A prosa é soberba, os termos e conceitos fabulosos e extremamente bem escolhidos e colocados. As frases desenham imagens, quadros, a cores. O livro é como uma grande pintura. A escrita de Carlos Ruiz Zafón assim o faz. Fabuloso!

O livro conta a história de como um livro pode ser um passo para o desconhecido, para algo tremendamente misterioso e perigoso. Daniel Sempere vive com o pai por cima da loja de livros que lhe pertence. Depois da guerra civil espanhola houve um grande surto de cólera e uma das vitimas foi a mãe de Daniel. Uma noite, quando Daniel tinha 10 anos (quase 11), o rapaz acorda a chorar por não se lembrar da cara da mãe. O pai, para o acalmar, promete-lhe mostrar algo que ele nunca viu e que é segredo. E nesse mesmo instante leva-o ao Cemitério dos Livros Esquecidos, um local misterioso que alberga todos os livros que foram esquecidos pela Humanidade. O pai diz-lhe que ele tem de escolher um livro e tornar-se seu guardião. Daniel escolhe "A Sombra do Vento", um livro que ele depressa lê e fica maravilhado. Daniel quer mais livros de Julian Carax, o escritor do livro, mas depressa fica a saber que todos os livros (poucos) que o escritor escreveu foram queimados e que alguém anda constantemente à procura de mais livros de Carax para queimar. Daniel fica intrigado e começa a perguntar-se cada vez mais sobre este misterioso escritor. Certa noite, Daniel é perseguido por um homem estranho, que tem um nome de umas das personagens do livro, que lhe propõe a compra do livro, para queimar. Daniel diz que vai à procura do livro, mas na verdade decide esconder o livro de novo do Cemitério dos Livros Esquecidos.
Daniel não desiste de saber mais sobre Carax e com ajuda do seu amigo Fermín e de outras personagens, incluindo a rapariga por quem ele se apaixona, Beatriz Aguilar, irmã do seu melhor amigo Tomás Aguilar, Daniel vai viver uma verdadeira aventura em busca da verdadeira história de Julian Carax e daqueles que viveram perto dele. O que Daniel não sabia era que se estava a meter em águas muito profundas, em assuntos meio-escondidos e em mistérios que se pretendia estarem para sempre esquecidos. Daniel entra numa aventura que pode custar-lhe muito caro.

"Distingui o horror no seu olhar, sem compreender. Vi que poisava a mão no meu peito e perguntei a mim mesmo o que era aquele líquido fumegante que brotava entre os seus dedos"

Uma história de suspense, mistério, intriga e amor. Um história extremamente bem contada e com personagens inesquecíveis, cujo final é uma reviravolta bastante ardilosa.

Tenho de agradecer à Rita Ribeiro, que me disse que os livros de Zafón são maravilhosos :)

Excelente livro, sem dúvida um dos meus favoritos! :)

Marie, a Duquesa das Intrigas


Mais uma vez chego ao fim de um livro de Juliette Benzoni e não tenho o segundo para continuar. A história fica pendente. Parece que nunca mais aprendo. 
Este volume fala de Marie, uma duquesa francesa influente na corte que fica viúva. Ao ficar viúva e por o Rei amá-la em segredo, manda-a para o exílio e expulsa-a da corte da rainha Ana de Áustria. Não satisfeita com esta sentença, Maria usa de todas as suas armas para poder voltar ao ativo e assim o consegue. 
Muitas peripécias se passam e algumas conspirações contra o Rei. O livro termina com um novo exílio da Duquesa mas a viagem para o desterro é interrompida por dois cavaleiros mascarados. E fiquei sem saber o que aconteceu a Marie, porque o livro termina assim.   Com a quantidade de volumes que já li de Benzoni já devia ter aprendido a lição, trazer sempre o próximo volume na bagagem. O pior é que ainda não o tenho...

Mais um bom romance histórico para ser lido. Aproveitem e boas leituras...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012


Uma leitura complicada...


Depois de 185 páginas chego à conclusão que não percebo nada do que li nem do que estou a ler. É triste mas é verdade. O meu intelecto não consegue acompanhar a velocidade da história. Sim, porque todo o livro é uma história. Este livro conta a história de uma ou duas pessoas, é isso que está a tentar descobrir. O narrados, que também é a personagem principal, não sabe se é uma pessoa ou outra. Ele vive entre dois mundo com momentos, episódios e histórias que se entrelaçam e confundem (e bastante) o leitor. Talvez mais tarde, na minha vida, consiga retomar esta leitura. Neste momento, como diz uma amiga, "não vai dar". o Estranho é que até gosto do mistério do livro, mas a confusão é tanta que já não sei a quantas ando. Umberto Eco é mesmo assim. 
É com muita tristeza minha que declaro que fui derrotada por um livro. 


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"O Circo dos Sonhos", de Erin Morgenstern

Este é um livro diferente. Tem um enredo diferente. Personagens diferentes. Um tema diferente.

"O Circo dos Sonhos" conta a história do circo com o mesmo nome, que chega sem avisar e só está aberto de noite. De um momento para o outro, o circo aparece num local. Durante uns dias está lá, mas desaparece sem avisar. Ninguém sabe muito sobre ele, mas todos os que o visitam ficam maravilhados e encantados.
O circo é todo ele a preto e branco, com algumas nuances de cinzento. E é enorme. Não se fazem espectáculos comuns de circo. Tudo é mágico, diferente, etéreo, delicado. Parece um sonho.
E o circo é o palco de um duelo. O duelo entre Celia e Marco, dois mágicos, treinados desde pequenos para esta competição. Mas o que eles não sabem é como tudo o que acontece no circo e nas suas vidas influencia o jogo e como ele pode terminar. As regras não lhes são explicadas, mas o jogo está sempre em movimento e ambos tem de lutar.

Assim se pode resumir, muito resumidamente, o enredo principal da história. Muitas outras personagens e acontecimentos polvilham a história e são parte muito importante. Mas para falar em todos tinha de contar muito sobre o enredo e penso que parte da magia do livro é mesmo o descobrir por si mesmo à medida que se lê. Se contasse aqui muito mais, não ia ter o mesmo saber para quem vai ler, não ia ter a mesma magia. Porque é de magia que a escrita e a história deste livro são feitas. Todo o ambiente, as descrições, os movimentos...tudo é mágico. 


Gostei muito da história. Muito criativa e muito interessante. Não sabia muito sobre ele, só sabia que era bom. E sim, posso dizer que o é.

O enredo está muito bem construído, tudo está lá, apesar de ser um pouco confuso, por vezes. A história avança e recua, sendo uns capítulos, no início, nos anos de 1800, e noutros em 1900. Não é bem isso que causa a confusão. A confusão está em tudo. As próprias personagens sentem-se confusas em relação a muitas coisas. A questão do tempo é percebida no final: quando tudo começa. Este é um dos pontos que maior prazer me deu, porque explicou a questão das datas e dos momentos aparentemente desconexos (as partes da Celia, as partes do Marco, as partes dos jantares, as partes do Bailey). Tudo se encaixa no fim. A linha do tempo vai andando lado a lado até se juntar, em 1902. Esse é um ponto muito bom, que revela a mestria da autora e a sua ousadia e diferença.
"-Eu próprio te teria escrito, se conseguisse pôr em palavras tudo o que desejo dizer-te. Um mar de tinta seria insuficiente.

- Mas, em vez disso, construíste sonhos para mim - diz Celia, erguendo os olhos para ele. - E eu fabriquei tendas para ti que mal chegas a ver. Tenho tanto de ti à minha volta e não tenho sido capaz de te dar algo em troca que possas guardar. 

- Ainda conservo o teu xaile - lembra Marco."


Em relação às minhas preferências pelas personagens,de todas, as que mais gostei foram (por ordem de preferência): Marco, Bailey, os gémeos e Celia. Mas todas as outras são importantes para o enredo. Todos são necessários e parte fundamental do mecanismo do circo (e da história).

Em suma, este é um livro muito bom. Uma experiência nova e diferente, que vai agradar a muitos leitores!

sábado, 11 de agosto de 2012

"A Volta ao Mundo em 80 Dias" de Júlio Verne

A minha primeira leitura das obras de Júlio Verne!
Sempre tive curiosidade sobre este autor devido ao cariz fantástico das suas obras, que são clássicos.

Esta história é outra daquelas que eu tinha mais ou menos conhecimento: via os desenhos animados do Willy Fogg. Provavelmente a história não deve ser exatamente igual, mas pelo menos as personagens acho que sim.

E por isso mesmo decidi iniciar a leitura de livros de Júlio Verne por um que eu, mais ou menos, já conhecia alguma coisa. Escolhi este. E acho que fiz uma boa escolha.
O livro conta as aventuras de Phileas Fogg, um gentleman inglês, que depois de apostar com os seus colegas do Reform Club de que era  capaz de dar a volta ao mundo em 80 dias, parte rumo ao desconhecido, sempre com uma grande serenidade. Leva consigo o seu criado, o senhor Passepartout. Mas, devido a um roubo de muito mas muito dinheiro, no banco de Londres, começa-se a especular se Fogg não foi o ladrão (o retrato do ladrão condiz com o de Fogg) e Fix, um inspetor da policia, parte à aventura atrás de Fogg e do seu criado. Pelo caminho vão encontrando outras personagens interessantes e muitas aventuras.

Gosto muito da forma como está escrito: estabelece-se um "diálogo" entre o narrador e o leitor, através da forma da escrita e dos vocábulos e expressões utilizados.
As personagens também são muito interessantes, misteriosas (em especial o Phileas Fogg), bem como todo o enredo. Muitas aventuras, suspense, divertimentos, perigos, enfim, muitas peripécias que fazem deste livro uma excelente obra! 
Recomendo! :)

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"A História Interminável", de Michael Ende

"Querias ser capaz de amar, para poderes voltar para o teu mundo. Amar...é muito fácil dizê-lo! As Águas da Vida vão perguntar-te: quem? Não se pode amar simplesmente, em geral, e de qualquer maneira. Mas tu esqueceste tudo excepto o teu nome."
 

Desde muito nova que ouvia falar desta história. Via os desenhos animados ou algo do género (não era o filme) num dos canais de tv de desenhos animados, provavelmente no Canal Panda, e não fazia ideia que era baseado num livro.
Mais tarde conheci a música e vi que havia um filme, mas ainda não sabia que todos se baseavam no livro.

Até que descobri.

E decidi, um dia, lê-lo. E assim foi.
Há alguns meses comprei-o, mas só a semana passada lhe peguei.
Não é um livro que se leia depressa, como tantos outros. Não é um livro que tenha achado fácil de ler. No inicio não estava a compreender este meu sentimento em relação ao livro.
Mas com a continuação da leitura compreendi.
A história é muito bonita para se ler depressa; a história tem vários significados implícitos; a história é um hino ao Amor e à Amizade e à acreditar em nós mesmos, em gostarmos daquilo que somos.
Esta história tem uma mensagem demasiado bonita para ser entranhada de um momento para o outro. É preciso tempo para "degustar", é preciso tempo para compreender toda a mensagem.

Gostei muito do livro.

Este livro conta a história de uma História. Conta a história de Fantasia, um "reino sem fronteiras", onde o Homem pode ir e voltar (se conseguir). Fantasia é uma História, uma História Interminável. Uma História onde reina a imaginação. A figura superior de Fantasia é a Imperatriz Criança, uma rapariga, aparentemente criança, mas com uma idade imensa, e uma sabedoria muito grande. Ela não faz distinção entre o "Bem" e o "Mal" e ninguém, de Fantasia, se atreve a fazer-lhe mal. É amada por todos, respeitada.
Mas Fantasia começa a "desaparecer", do nada, no Nada. E a Imperatriz Criança adoece com uma doença mortal relacionada com o Nada. Então decide (depois de outros acontecimentos) mandar um "mensageiro", um "herói" para descobrir a cura para a sua doença. Escolhe um jovem rapaz chamado Atreiú para esse papel e manda que lhe entreguem o seu "Signo", AURIN, a "Jóia" (uma jóia que confere a quem a usa os poderes da Imperatriz Criança).
Este é o inicio da história que Bastian, o rapazinho que encontra e rouba o livro "A História Interminável" de uma loja de livros, começa a ler no livro que roubou. Mas nem tudo é o que parece e, mais cedo ou mais tarde, Bastian apercebe-se de que aquele livro não é o que parece. Não é um mero livro. É um livro mágico.


Com personagens majestosas, paisagens magistrais, culturas incrivelmente diferentes e um enredo completamente alucinante e diferente (de outros que tenha lido), este livro é uma obra de arte.
Recomendo a todos!!! 
"Pois sabia-o agora: havia no mundo muitos milhares de formas de alegria, mas no fundo todas são uma única: a alegria de poder amar. Tudo se resumia a isto."

terça-feira, 31 de julho de 2012

"A Corte do Ar"

Já há algum tempo que queria ler este livro por causa do ambiente steampunk onde se desenvolve a história.

"A Corte do Ar" conta a história de dois jovens, Molly Templar e Oliver Brooks, cada qual com a sua história de vida. Molly vive num orfanato em Ferromédio, uma cidade do estado de Laborterra. Oliver vive numa pensão, com o seu tio e a empregada deste
.
O mundo dos jovens está prestes a mudar quando coisas estranhas começam a acontecer à volta deles. Depressa esses acontecimentos provam estar intimamente ligados aos jovens: não são meros acasos.
E esses acontecimentos, por sua vez, estão ligados a outros factores e intervenientes.
A prosperidade de Laborterra assenta no seu poderio da Real Marinha Aerostatica, uma frota de aerostátos de guerra. Também assenta na politica liberal e republicana, na policia, na industria, na amizade com o povoavapor (povo de indivíduos mecânicos que vive nas montanhas de Mecância e é governado pelo Rei Vapor), na lei, na ordem de feiticeiros cantores-mundo, na Guarda Especial, na demonstração de "domesticação" do Rei, na detenção de indivíduos encantados (pessoas que estiveram em contacto com a Brumaencantada) e...na Corte do Ar.
O enredo é rico em factos históricos que vão explicando os acontecimentos da história e isso é muito importante para perceber o que se está a ler.

Molly e Oliver vêm-se no papel de possíveis salvadores de Laborterra (devido a certas especificidades deles mesmos) e vão fazer tudo para conseguir salvar a humanidade (humanos e não só) da calamidade que se quer abater sobre Laborterra. Uma calamidade ancestral que tem como objetivo aniquilar a existência e congelar o mundo e que mil anos antes tinha imperado no mundo.
Muitas são as intrigas em que os dois se vêm infiltrados e isso é parte importante da história porque são detalhes importantes para entender tudo.

                                                         Oliver Brooks e Molly Templar

Depois de ler tenho a dizer que gostei bastante.
Gostei muito do ambiente criado pelo autor, gostei da Arte com que o universo de "A Corte do Ar" foi desenhado. Todas as cidades/estados/reinos têm as suas diferenças (a imensos níveis) e essas diferenças estão muito bem delineadas e descritas.
Gostei muito da intriga e da ação. Aliás, a ação é o grande pilar deste livro. Tem momentos de imensa ação, ação intensa, principalmente nas partes finais.
Gostei do tom ligeiramente humorado da escrita.
Gostei do povoavopor e das aventuras de Molly por Sinistraesperança (cidade subterrânea de foras-da-lei) e das deambulações de Oliver.
Gostei do desenlace antes do final.
Mas acho que o final foi demasiado apressado e pareceu ficar com algo por dizer (fica tudo dito, mas não é explicito). Não sei se tal se deve ao facto deste livro ser o primeiro de uma "saga" (apesar de poderem ser lidos independentemente).

Em suma, é um excelente livro, com um enredo diferente e uma vista artística bastante interessante.
Recomendo!

sábado, 28 de julho de 2012

"Uma Fazenda em África" de João Pedro Marques

"O tambor cessou de rufar e um sargento leu o acórdão da sentença. Depois virou-se para a condenada e perguntou-lhe se queria dizer alguma coisa. A preta abanou a cabeça, negativamente. (...) Foi nessa altura que o carrasco lhe tirou bruscamente o banco de baixo dos pés e ela ficou suspensa no ar, com a cabeça puxada para cima e para trás, contorcendo o corpo e agitando as pernas numa dança aflitiva. (...) Então Peter saltou bruscamente para a frente com a agilidade de um leopardo e subiu ao cadasfalso. Os dois soldados que montavam guarda à escada ficaram demasiado surpreendidos para reagir e o carrasco recuou, assustado. Em três ou quatro segundos o alemão estava junto de Kpengla e, abraçando-a pela cintura, deu-lhe um forte esticão para baixo. Ouviu-se o estalo da coluna a partir e, após um breve estertor final, a preta ficou imóvel." (página 360)

Para mim esta é um dos melhores momentos do livro. É o segundo livro que leio deste autor, mas gostei muito mais de "Os dias da Febre".  Este segundo livro prendeu-me menos, levei mais tempo a lê-lo pois não me conectei com o enredo. Gostei muito da personagem feminina mas as personagens masculinas foram um pouco pobres.
São dois romances históricos da mesma época que retratam sítios diferentes do mundo, as diferentes formas de viver e as diferentes culturas. 

Em suma, gosto do autor, gostei dos dois livros mas o segundo foi murcho. "Os Dias da Febre" é cativante e prende ao enredo, "Uma Fazenda em África" cativa até à última página mas o final deixa a desejar mais livro e melhor enredo. Vale a pena ler para perceber o início da população portuguesa em África e as dificuldades dos colonos em perceber a cultura dos nativos. 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

"As Aventuras de Tom Bomdadil e Outras Histórias" de Tolkien

Gosto muito da forma como a escrita de Tolkien flui. Tem uma grande parte de contar histórias e isso é bastante interessante.
Pensava que o livro era diferente, mais parecido com Contos Inacabados, mais sobre a Terra Média e especialmente, mais sobre Tom Bombadil.
E não estava à espera da escrita em poesia.

Mas, gostei. Gostei especialmente dos três contos em prosa. Em especial do de Smith e do de Niggle. Achei o primeiro muito bom devido a toda a Fantasia presente e gostei muito do cariz filosófico do de Niggle. 

O Conto de Tom Bombadil, por assim dizer (não é apenas sobre Tom) remete para o Livro Vermelho de Westmarch.

O Conto de Tom Bombadil tem vários poemas, onde são narradas algumas das aventuras de Tom e doutras personagens. Faz referência a outras personagens da Terra Média, o que é bastante interessante, pois remete para todo o Universo da Terra Média. 
Vários dos poemas apresentam lugares da Terra Média e explicações/ilustrações desses lugares e sentimentos das personagens. 
 
O Conto de Smith (em prosa) conta a história de Smith, o filho do Ferreiro, que, na festa do Grande Bolo, comeu uma fatia do bolo com uma estrela mágica. Essa estrela abriu-lhe as portas do Reino das Fadas. De destacar o aprendiz/ajudante de cozinheiro, Prentice, que é muito misterioso. 
O Conto de Lavrador de Ham, conta a história de um homem que domesticou um dragão e afrontou um rei.
O Conto de Niggle, A Folha, de Niggle, conta a história de um homem que passava a vida a tentar pintar um quadro gigante com várias sobreposições e visualizações. Ele tinha uma grande viagem a fazer, mas não queria ir. Tinha um vizinho, Parish, e vivia no campo. Esta história é muito interessante porque é filosófica e misteriosa. É introspetiva e estranha.

Para quem gosta de Tolkien, este é um livro que deve ler. Mas não é parecido com O Senhor dos Anéis ou outros da Terra Média.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

"A Tapeçaria - O Segundo Cerco" de Henry H. Neff

  "-Oh!- sussurrou este, parecendo apenas ligeiramente surpreendido e deslizando depois para a parede e caindo no chão. Uma mancha pequena alastrava na camisa formal de David, parecendo uma rosa vermelha. A rosa parecia florescer e as suas pétalas alargarem-se, expandirem-se rapidamente até quase cobrirem o flanco de David, o sangue saturando o tecido e escorrendo em pequenos sulcos, manchando-lhe a gravata e as calças." 

Depois de ter lido o primeiro livro desta saga tive de ler o segundo, pois o primeiro deixou-me muito curiosa para saber o desenvolvimento das aventuras de Max e David e o que iria acontecer. E depois de o ter lido, só posso dizer que este livro, o 2, é ainda melhor do que o primeiro! Excelente continuação!

Pois bem, em primeiro lugar vou fazer uma breve descrição do enredo, muito muito por alto:

Depois do primeiro ano em Rowan, Max prepara-se para o seu segundo ano. No entanto ele sabe que não vai ser tão pacifico, depois do que aconteceu no final do primeiro ano.
Max começa a a ser treinado como Agente, devido aos seus poderes cada vez mais desenvolvidos, tendo como tutor o Agente Cooper.
Certo dia, Max e David são chamados à presença da diretora Richter e de uma Feiticeira. A Feiticeira explica que está na altura de cumprir o juramento de Bram, um poderoso místico e Feiticeiro morto por Astaroth na batalha de Solas. O Livro das Origens, um poderoso livro imensamente interessante e fantástico, e perigoso estava na posse das Feiticeiras, e Astaroth queria-o. Mas as Feiticeiras aceitaram a proposta de Bram e deram-lhe o Livro, querendo um contrato. E ficou dito que elas poderiam ter três crianças com Magia Antiga para ensinar. O tempo foi passando e essas crianças não apareceram. Mas, por fim, as Feiticeiras, por meio de outrem, descobriram Max e David e mandam a Feiticeira a Rowan para levar David, uma vez que sabiam que Max era necessário à Escola (o Guardião de Rowan). A diretora recusou-se a deixar David ir com a Feiticeira e elas prometeram voltar para o buscar ou vingança.

E David começou a pesquisar sobre o juramento de Bram e uma forma de encontrar a chave e o livro, com a ajuda de Max.
E na viagem, Cooper dá uma missão a Max: proteger o David, custe o que custar, mantê-lo bem e vivo.

Uma viagem de Rowan para a Europa, que começa a ser dominada por Astaroth e pelos seus lacaios, com aventuras constantes e perigos imensos é o recheio principal deste segundo livro. A luta pela posse do Livro das Origens, disputada entre David e Max e Astaroth é a base para este maravilhoso volume.
Os dois amigos viajam por locais reais e por locais fantásticos e maravilhosos, com principal destaque para a Oficina de Frankfurt (um local altamente tecnológico) e para o Sidh (um outro espaço/tempo onde a realidade não é o que parece e a magia é palpável no ar e na terra). 


   "- Max - sussurrou David, abanando a cabeça - Não fiques triste. Quando um coisa acaba, outra começa e a peça poderosa continua. Tu não estás a acabar. O mundo não está a acabar. Aconteça o que acontecer, enfrentamo-lo juntos, tu e eu."

Mistérios resolvidos e outros para resolver, personagens misteriosas e personagens que resolvem diversas situações e enigmas, aparecem neste segundo livro. Verdadeiras batalhas, com cenas totalmente descritas, com todos os pormenores, são aqui muito bem apresentadas e desenvolvidas e dão um toque esplêndido a esta história.

Quanto às personagens, vê-se um claro desenvolvimento psicológico de todas, em especial de Max. David é sempre bastante misterioso e estou imensamente curiosa para saber mais sobre ele, porque é a minha personagem favorita. Quero saber como é que ele sabe tanta coisa, como é que ele é um Feiticeiro e muito mais. Ele tem um papel muito importante na história e o mistério à sua volta intensifica a minha curiosidade.

Não existem pontas soltas no enredo, tudo é explicado (nem tudo, porque penso que isso, só no final da saga, claro). Gosto muito do enredo e das personagens. O facto de existir umas doses de humor ao longo do livro também é interessante. Muito bom!

Recomendo este livro a todos os que gostam de Fantasia e não só, a todos os que gostam de Aventuras, porque é disso que esta saga fala, e da amizade e coragem, bravura e amor. Exelente!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

"A Tapeçaria - O Guardião de Rowan" de Henry H. Neff

Fiquei encantada à primeira com a capa deste livro.
Depois de ter lido a sinopse e várias outras informações decidi experimentar.
Ainda bem!

Foi uma surpresa maravilhosa. Gostei muito.

Este é o primeiro livro da saga "A Tapeçaria". É apresentado o "herói", Max McDaniels, um rapaz de Chicago, de 12 anos. Max vive com o pai, um publicitário. A sua mãe desapareceu. E todos os anos, no aniversário da mãe, Max e o pai, visitam o Instituto de Arte de Chicago, que era o local preferido da mãe de Max. Naquele dia de verão, na viagem para o Instituto, Max vê um homem estranho, com um olho verde e outro branco leitoso, a olhar fixamente para ele no comboio. Max fica muito assustado e diz ao pai, mas o pai ri-se e não diz nada.

No Instituto, o pai de Max encontra o seu chefe e a esposa e começam a conversar. Depois de apresentar Max, dá ordem ao filho para ir explorar o espaço. O rapaz decidi ir até a um local onde estão objetos medievais, para desenhar alguns dos objetos, no seu caderno de esboços. Enquanto está a desenhar uma armadura, Max avista o homem estranho do comboio a falar com o segurança e a perguntar por um rapaz cuja descrição é idêntica à de Max. Max fica novamente com medo e esconde-se numa sala que tinha uma placa a dizer "Em reparação, entrada proibida". Nessa sala, pequena e escura, Max encontra uma tapeçaria antiga e desbotada. Começa a tentar perceber o padrão da tapeçaria e esta começa a brilhar e o padrão começa a mover-se. Muito tempo depois, Max ouve o pai à procura dele e sai da sala. Sem o seu caderno de esboços (levado pelo homem estranho), Max sai do Instituto de Arte com pai, de castigo. Na viagem de comboio, Max descobre um papel no seu bolso com uma estranha mensagem a dizer que ele é um Potencial e que vai encontrar um Recrutador no dia seguinte.

No dia seguinte, o pai avisa-o que vai ter de sair por uns dias (um ou dois) e ele vai ficar sozinho, e de castigo. O rapaz assim fica e algum tempo depois ouve alguém a bater à porta. Max descobre uma velhinha que diz ser quem ele está à espera e pede-lhe para ele contar o que viu na tapeçaria, insistindo imenso. O rapaz começa a desconfiar da mulher e foge. Enquanto foge, a velha lança-lhe um feitiço que lhe deixa uma das pernas dormentes e depois de trepar para o telhado do forte de madeira, Max atira-se do telhado de três metros de altura. Fica um bocado zonzo, mas a velha continua a persegui-lo e ele tem de fugir. A velha chama por alguém e ele foge novamente, chocando com um homem no passeio. Começa a agredir o individuo até que no meio de gritos e perguntas desmaia. O homem leva-o para casa e toma conta dele, preparando-lhe uma refeição e esperando que ele acorde. Quando isso acontece, conta a verdade a Max. Nigel, o seu nome, é o Recrutador e a velha era alguém mau, que tinha como objetivo levá-lo.
É através de Nigel que Max fica a saber que é um Potencial e que poderá entrar na Academia de Rowan, uma escola de magia e artes poderosas.
Max decide ir para Rowan e lá fica a saber a totalidade daquilo que o afligiu naquela tarde e daquilo que aflige a comunidade de Rowan e, no global, o mundo inteiro.
Max, com a ajuda do seu colega de quarto e amigo, David Menlo, embarca numa aventura para solucionar mistérios e perigos.


E é assim que começa esta história.
Com uma história coerente e personagens interessantes, o primeiro livro cativou-me.
Tem ilustrações, do autor do livro, que são excelentes! Todos os capítulos começam com uma ilustração que "faz" um apanhado de algumas coisas significativas que acontecem ao longo do capitulo. E, pelo meio, encontram-se outras ilustrações maiores.

Esta história junta vários elementos do mundo fantástico: magia, feitiçaria, poderes, ficção cientifica, entre outros elementos.

De todas as personagens que aparecem ao longo do livro, gostei bastante de duas. Em primeiro lugar, gosto muito do David Menlo. O amigo de Max é realmente interessante e um bocado misterioso. Tímido, calmo (aparentemente), e não muito saudável, David é um grande feiticeiro. Excelente praticante de Mística, David por vezes assusta os colegas com as suas capacidades. É também um grande amigo, estudioso, curioso e sabe muita coisa. Quero realmente ficar a saber mais sobre ele.
O segundo que mais gostei foi o Max, pelas suas características psicológicas e pela forma como ele age.

Para quem poderá achar que é parecido com Harry Potter, aviso desde já que não é. Tem muitas e muitas diferenças. Aliás, é completamente diferente. Enquanto fã de Harry Potter, comecei por fazer algumas comparações, mas é impossível comparar. São os dois diferentes e os dois muito bons!!! Recomendo vivamente. Gostava de ver esta história no grande ecrã :D

Um excelente livro e espero que o segundo seja tão bom ou melhor do que este :D 

Aqui está  o link para o site do autor, onde podem encontrar muitas curiosidades e detalhes sobre as personagens e Rowan:
 http://www.henryhneff.com/

sábado, 30 de junho de 2012

Promoções de 40% em alguns livros


Hoje fui ao Pingo Doce do Lavradio, o antigo Feira Nova. Para meu espanto, alguns livros estão a 40% de desconto, outros a 20% e poucos a 10%, os mais recentes. Comprei logo dois. Um já conheço porque foi o melhor Romance Histórico e o primeiro que li, "A Filha do Capitão" de José Rodrigues dos Santos, e "O Cemitério de Praga" de Umberto Eco só conheço o autor.




Sinopse
 
Durante o século XIX, entre Turim, Palermo e Paris, encontramos uma satanista histérica, um abade que morre duas vezes, alguns cadáveres num esgoto parisiense, um garibaldino que se chamava Ippolito Nievo, desaparecido no mar nas proximidades do Stromboli, o falso bordereau de Dreyfus para a embaixada alemã, a disseminação gradual daquela falsificação conhecida como Os Protocolos dos Sábios de Sião (que inspirará a Hitler os campos de extermínio), jesuítas que tramam contra maçons, maçons, carbonários e mazzinianos que estrangulam padres com as suas próprias tripas, um Garibaldi artrítico com as pernas tortas, os planos dos serviços secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, os massacres numa Paris da Comuna em que se comem os ratos, golpes de punhal, horrendas e fétidas reuniões por parte de criminosos que entre os vapores do absinto planeiam explosões e revoltas de rua, barbas falsas, falsos notários, testamentos enganosos, irmandades diabólicas e missas negras. Óptimo material para um romance-folhetim de estilo oitocentista, para mais, ilustrado com os feuilletons daquela época. Há aqui do que contentar o pior dos leitores. Salvo um pormenor. Excepto o protagonista, todos os outros personagens deste romance existiram realmente e fizeram aquilo que fizeram. E até o protagonista faz coisas que foram verdadeiramente feitas, salvo que faz muitas que provavelmente tiveram autores diferentes. Mas quando alguém se movimenta entre serviços secretos, agentes duplos, oficiais traidores e eclesiásticos pecadores, tudo pode acontecer. Até o único personagem inventado desta história ser o mais verdadeiro de todos, e se assemelhar muitíssimo a outros que estão ainda entre nós. Um romance fantástico, de um autor que uma vez mais mostra saber como nenhum outro combinar erudição, humor e reflexão. 
 
Pela sinopse da contra capa, a história e o enredo parecem ser bons. Quando terminar a Fazenda passo para este Cemitério, a ver se gosto do género.Parece ser uma mistura de imagniário e suspanse, com policial à mistura. Vamos lá ver o que sai daqui...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

"O Afinador de Pianos" de Daniel Mason

Este livro foi uma surpresa. Primeiro, porque não sabia praticamente nada sobre ele. Segundo, porque nem sempre leio livros deste género. Terceiro, não sabia muito bem se ia ou não gostar, não tinha muitas expectativas.


O livro conta a história de Edgar Drake, um afinador de pianos inglês, especialista em pianos Erard, que é convocado pelo Exército Britânico para ir à Birmânia, encontrar-se com o Dr. Anthony Caroll, para afinar o seu Erard, no meio de uma zona shan (povo local), Mae Lwin, onde está o acantonamento do Doutor.
Edgar deixa a sua esposa, Kathrine, e vai para a Birmânia, numa viagem pela Europa, Mar Vermelho, Índia...até à Birmânia.
E, sem saber como, vê-se numa rede de intrigas e politicas que ele não conhecia e que não estava minimamente preparado.

Ao principio comecei a achar que não ia gostar muito, porque tem uma forma um tanto estranha de apresentar os diálogos (que até faz sentido, depois de analisada). Mas depois começou a entrar mais ação...e foi adensando-se.

E acabou por tornar-se um livro muito interessante, diferente.

O primeiro ponto de maior relevo é a sensação. O livro apela aos sentidos. Toda a descrição, muito vivida, do percurso de Edgar até à Birmânia, e a sua estadia lá, tudo é muito vivido, quase que é possível cheirar, provar, tocar, ver, ouvir. Muito bom!

O segundo ponto prende-se com a história em si: o tratamento histórico do autor. Parte do enredo é verídico. A ocupação inglesa na Índia e na Birmânia é um facto histórico, bem como algumas das personagens que aparecem no livro.

O terceiro ponto é a reviravolta inteligente que acontece quase no final da obra. Não estava nada à espera. Surpreendeu-me em absoluto. Fantástico.

É um romance histórico que nos leva numa viagem maravilhosa pelo oriente e pela mente do afinador de pianos.

Recomendo a todos os que gostam de romance histórico, livros onde existe exotismo, paisagens bonitas, palavras subtis e um desfecho diferente, e a cima de tudo, para quem gosta de se aventurar numa aventura diferente e cativante.

Gostei muito!!! 

sábado, 23 de junho de 2012

"O Ladrão da Eternidade" de Clive Barker

Um livro que estava muito curiosa para ler!
Com um grafismo excelente e mágico, a curiosidade foi completa!
Bem como a sinopse! É bastante interessante...!

Ora bem, este livro conta a história de um rapaz, Harvey Swick, de 10 anos, que, em pleno fevereiro, sente a pressão do inverno e do enfado que a sua vida quotidiana leva.

"A grandiosa e parda fera que Fevereiro era tinha comido vivo Harvey Swick."

E é então que é levado para um sítio misterioso, para a Casa de Férias, onde o dia é composto por todas as Estações: de manhã é Primavera; de tarde, Verão; ao crepúsculo é Outono e à noite é Inverno.
Doces, comidas maravilhosas, promessas de alegria eterna e de tudo de maravilhoso, existe na Casa de Férias. Lá, Harvey Swick conhece Wendell, um rapaz de óculos e um tanto "pacifico" e Lulu, uma menina alegre, mas que de vez em quando passava a estados mais melancólicos.
Na casa existem várias personagens: a Senhora Griffin com os seus gatos, os quatro irmãos: Rictus (que levou Harvey para a Casa de Férias), Jive, Marr e Carna; e o Senhor Hood, que é o dono da Casa de Férias.
Harvey depressa sente que algo não está completamente bem, quando descobre um lago que destoa do resto do terreno agradável. O lago cheira mal e é habitado por peixes medonhos e estranhos. Harvey começa a sentir-se desconfiado...
E é então que os rapazes começam a fazer planos para tentar abandonar a Casa de Férias...

Não vou contar mais, porque este é daqueles livros que é impossível contar sem contar tudo tudo.

"Preencheria cada momento com as estações que encontrara no coração: esperança, como os pássaros nos ramos de Primavera; felicidade, como o Sol quente de Verão; magia, como as inesperadas neblinas de Outono. E o melhor de tudo: o amor - amor suficiente para durar mil Natais."

Gostei muito do livro. Tem uma história muito apelativa. Tem mistério, emoção, aventuras, laivos de terror, perseguições, amizade... tem uma história que releva o papel dos conceitos binários: Bem e Mal. E é muito bom ver como é que uma criança de 10 anos consegue encontrar coragem para enfrentar tudo o que tem de enfrentar na Casa de Férias.

Com uma descrição fascinante e de cortar a respiração, o desenlace está muito bem conseguido.
Enquanto estava a ler, fui traçando mentalmente alguns finais que me pareciam possíveis. O que não estava à espera era do que acontecia antes do final mesmo dito! Fantástico!

Comparo este livro, em parte, ao "Coraline e a Porta Secreta" de Neil Gaiman. Tem vários elementos em comum, mas com outros tantos diferentes. Como gostei muito do da Coraline, era impossível não ter gostado deste. Mas parece-me que a história de Harvey tem um desenvolvimento mais "real" e bem explicado do que a de Coraline. Dois livros interessantes e que devem ser lidos! 

Podem escolher as capas:



 







Aconselho vivamente! :)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

"As Aventuras de Tom Sawyer" de Mark Twain



Tom Sawyer!
Oh, como eu gostava de ver os desenhos animados do Tom Sawyer. Aventuras, maluqueiras!

Quando os via nem tinha noção da existência do livro e de que os desenhos eram uma adaptação.
É o segundo livro que leio por causa de desenhos animados. O primeiro foi A Ilha do Tesouro, que é um dos meus livros favoritos.

"As Aventuras de Tom Sawyer" é, como diz o título, um livro que fala das aventuras deste rapaz.
Tom anda sempre metido em sarilhos e traquinices. Tem vários amigos, mas Huckleberry Finn e Joe Harper são os seus grandes amigos. Também tem uma "amiga" de nome Becky Thatcher, por quem Tom se apaixona à primeira vista.
Tom, apesar de pregar grandes sustos à Tia Polly e a várias outras pessoas, de se meter em alhadas, de mentir e de fazer várias traquinices, tem um coração muito grande e ajuda sempre os seus amigos.

Gosto de livros de aventuras. Este é um livro onde esse é o ingrediente principal.
Quando acabei, desejei que tivesse mais páginas. Queria que continuasse! É que tem uma história tão bonita...!

É um dos livros que vai ficar no meu coração. Suponho que a maior parte das pessoas que leu o livro ficou com Tom no seu coração.

Este é um livro que todos deviam ler, pois é uma história aparentemente simples, mas que mostra o melhor de todos nós. Mesmo que por vezes o caminho que se percorre tenha alguns percalços, é possível ser-se bom, amigo e leal.
E tem aventuras e perigos e momentos cómicos! Ri-me bastantes vezes ao longo da leitura!

Um bom livro! Personagens eternas e aventuras intemporais!

Um dos meus livros favoritos! :)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

"O Medo do Homem Sábio - Parte 2" de Patrick Rothfuss

"São as perguntas a que não podemos responder que mais nos ensinam. Ensinam-nos a pensar. Se deres uma resposta a um homem, dás-lhe apenas um facto. Se lhe deres uma pergunta, fá-lo-ás procurar as suas próprias respostas." 

"E tudo para. Todo o meu corpo se arqueia. Estou hirto como uma corda de alaúde. Trémulo. Arqueado. Esticaram-me demasiado durante a afinação e quebro..." 

"Ouvi-a conter a respiração, espantada, quando viu o tapete de margaridas alongar-se à sua frente.
- Esperei muito tempo para mostrar a estas flores como és bonita - disse-lhe."




Esta é a segunda parte de "O Medo do Homem Sábio", livro 2 do "O Nome do Vento".

Tem alguns spoilers, nada de muito relevante!

Nesta segunda parte, Kvothe continua a sua aventura por Vintas, com um grupo de mercenários, à procura de bandidos, a mandado do Maer Alveron.
Conhece Tempi, um mercenário Adem.
Passadas várias peripécias, Kvothe, e o grupo, encontram Felurian, a mais bela de todas as mulheres, humanas e Fae. Felurian é conhecida em histórias e o que estas contam é como ela enlouquece os homens, amando-os imensamente e intensamente até matá-los ou enlouquecê-los.
Kvothe sente-se seduzido por Felurian e persegue-a pela floresta até a apanhar.
Muita coisa acontece enquanto Kvothe está em Fae.

Passado algum tempo, regressa e parte com Tempi, para Ademre. Lá tenta escapar de uma sentença devido ao uso de Ketan (uma especie de arte marcial) e por conhecer "segredos" dos Adem, contados por Tempi.

Eventualmente, acaba por regressar a Severen, para se encontrar com o Maer e depois disso parte para a Universidade.

Em todo este percurso, Kvothe tenta saber mais sobre os Amyr e sobre os Chandrian. Várias aventuras acontecem e encontros. Kvothe vai aprofundando o seu conhecimento de técnicas de luta e de magia, bem como outros conhecimentos.

Gostei muito do livro. Já tinha gostado dos dois anteriores e este continua o excelente nível a que Patrick Rothfuss nos habituou!
As aventuras começam a expandir: Kvothe viaja e conhece novos lugares e novas pessoas. Aprende, sofre, luta, pratica, mata, ama, canta, toca... Kvothe continua a mostrar o seu maravilhoso desempenho nas atividades que tem de efetuar ao longo do seu percurso.
E continua a contar a história ao Cronista, com Bast. E vários mistérios aparecem...!
E a teia começa a expandir, a ligar elementos, a dar pistas, a evoluir e a mostrar.
O enredo é fascinante e faz querer saber o que vem a seguir, durante a leitura!
E faz querer ler já o próximo, mas há que esperar...

Estou muito curiosa para saber o que vai acontecer na próxima narrativa de Kvothe, que é um dos meus personagens favoritos de todos os livros! Ele é único e incomparável!

Recomendo vivamente! Kvothe continua a narrar a sua história de uma forma tão doce...e tão bonita! Está mesmo excelente! :)

terça-feira, 12 de junho de 2012

"A Jornada do Assassino" de Robin Hobb

"Estava sentada entre relva e flores bravias. O seu vestido era verde, e o seu cabelo estava enfeitado com minúsculas margaridas." pág.90   -------->

"Estás vivo e em segurança e eu não vou deixar que nada de mal te aconteça. E sabes que podes confiar em mim. Porque te amo." Perante as suas palavras, a garganta fechou-se me e sufocou-me. (...)Toda a minha vida, sem o saber, desejara que alguém me dissesse aquelas palavras, e as dissesse com verdade e credibilidade. Foi como ver alguém a dar a outra pessoa um presente por que sempre se ansiara." pág.147

"Quero ir para casa," resmungou enquanto cambaleava pela estrada fora a meu lado.
"Eu também", disse-lhe. No entanto, não foi Torre do Cervo que me veio à mente, mas um prado a dar para o mar, e uma rapariga com saias vermelhas vivas que me chamava. Um tempo em vez de um lugar. Já não havia estrada que levasse até lá." pág. 272


Este é o volume 4 da segunda saga de Robin Hobb, sobre o FitzCavalaria!

O Fitz é, de certo, a personagem masculina da literatura que eu mais gosto. E por isso é com grande entusiasmo que leio estes livros.

Depois de esperar desde Dezembro por este livro, sei que a espera não foi em vão. O livro é maravilhoso.
Esta é a primeira parte do livro que em inglês se chama "Fool's Fate - Book 3, The Tawny Man Trilogy" e agora é esperar pela segunda parte.

Neste livro começa a viagem do Príncipe Respeitador Visionário à Ilha de Aslevjal, nas Ilhas Externas. A demanda do Principe consiste em ir à Ilha e matar o dragão Fogojelo (que está debaixo do gelo) e cortar-lhe a cabeça de modo a presentear a sua noiva Eliana, a narcheska do Clã do Narval, uma família importante das Ilhas Externas. O objetivo da união entre os jovens é manter afastada a guerra entre as Ilhas Externas e os Seis Ducados. Durante vários anos, as Ilhas atacaram as costas dos Seis Ducados, matando, capturando e forjando (espécie de retirar todos os sentimentos e deixar as pessoas apenas com vontade de saciar as necessidades mais básicas da Vida) imensas pessoas. Depois de 16 anos de paz, a Rainha, mãe de Respeitador, e o seu conselheiro, Dom Breu, decidiram, com o apoio da família da jovem, formar uma aliança. No entanto, Eliana, obrigou o Príncipe a prometer matar o dragão se quisesse de facto casar com ela.

Muitos são os mistérios para esta estranha vontade de Eliana e de Poetre, o tio da rapariga.
Depois de muitos contratempos e peripécias, Repeitador parte para as Ilhas Externas, com uma comitiva, onde Fitz, Breu e Obtuso estão incluídos. Este é o Circulo de Talento do Príncipe, que tem como objetivo ajudá-lo na Magia dos Visionário - o Talento. Fitz (com a identidade de Tomé Texugo, um simples guarda do Príncipe) é o Mestre de Talento, mas é praticamente "ignorante" em como usar a Magia com regras e não espontaneamente, como ele a usa.
E partem para a Ilha onde está o dragão.

Várias são as personagens que demonstram um grande desenvolvimento durante este livro. Exemplo disso é Urtiga e Veloz, irmãos um do outro.
Urtiga é filha de Fitz, mas não sabe, e contacta com ele em sonhos, através da magia do Talento. Veloz é Manhoso e fugiu de casa. Filho de Castro e Moli, o rapaz sabe que o pai não o deixa usar a sua magia dos animais e por isso ele abandona a casa, fugindo para o Castelo de Torre do Cervo. Lá, encontra Fitz que o tenta treinar nas artes da guerra e da escrita. Mas é através de Teio (Mestre de Manha), que o rapaz começa a deixar de ser impetuoso, mostrando-se importante da demanda do Príncipe.

Claro está, não podia deixar o Bobo de fora.
O Bobo, depois de todos os livros da primeira saga e desta, continua a ser a personagem mais misteriosa da saga. E de muitos livros.
O Bobo tem uma missão na Ilha e vai fazer tudo para que Respeitador não mate o dragão. Irá ele conseguir que o Príncipe não o faça? E se não o fizer, o que irá Eliana e Poetre fazer ao Príncipe?

Mensagens sobre os Antigos, sobre dragões verdadeiros e de pedra...
Talento, Manha, acontecimentos passados e futuros, envenenamentos, amizades, verdades e mentiras, lutas, uma grande viagem e a prova da verdadeira amizade, são alguns dos ingredientes deste livro.

Espero que a segunda seja tão boa ou melhor do que está! Estou muitíssimo curiosa!!! =D
FITZ!!! 

Imagem - Urtiga, num dos sonhos dela e de Fitz

domingo, 10 de junho de 2012

A Saga do Assassino


Como fã desta saga tenho de escrever algo sobre ela.

A Saga do Assassino foi escrita por Robin Hobb e é uma das sagas que eu mais gosto. É composta por 5 livros, na versão Portuguesa e é da Editora Saída de Emergência.

O primeiro livro, "Aprendiz de Assassino", conta o inicio de como tudo começou para Fitz, em Torre do Cervo.
Fitz é o filho bastardo do Principe Cavalaria, da Dinastia Visionário, que governa Torre do Cervo e todos os Seis Ducados.
Quando fez seis anos, Fitz foi levado pelo avô, para o castelo de Torre do Cervo. Abandonado pela família materna, Fitz viu-se sozinho. Foi aceite no castelo e foi morar com o Mestre dos Estábulos, um homem muito amigo de Cavalaria, chamado Castro. Castro começou a tratar de Fitz como se este fosse o seu filho.

Conheceu uma rapariga que fazia velas e vivia com o pai, que era bêbado. Chamava-se Moli e era dois anos mais velha que Fitz. Tornaram-se os dois muito amigos e iam sempre brincar para a falésia e para a praia, onde conversavam e jogavam.
O pai de Fitz foi morto, acidentalmente, e nunca falou com o rapaz. Fitz cresceu criado pela madrasta, a Dama Paciência, que gostava muito dele. Foi também criado por Breu, que à medida que ele ia crescendo o foi instruindo na arte que ele viria a manobrar. Fitz tornou-se aprendiz de assassino.
À medida que foi crescendo, o avô, o Rei Sagaz,  foi afeiçoando-se a ele, bem como o tio, o Principe Veracidade. Mas o seu outro tio, o Principe Majestoso, começou a sentir odio e inveja de Fitz e começou a maquinar planos e esquemas para o tirar do caminho, uma vez que Fitz era filho do irmão mais velho, mesmo sendo bastardo.

E a guerra chegou aos Seis Ducados, vinda das Ilhas Externas. Com navios com estranhas maquinações, começaram a atacar as populações costeiras, causando uma estranha "epidemia": "forjava" as pessoas (uma técnica misteriosa de arrancar toda a moral e sentimentos às pessoas, tornando-as meias-coisas vivas).

E muitas coisas foram acontecendo. Fitz começou a gostar de Moli e Moli de Fitz.
Mas Fitz não queria dar a conhecer o que era na realidade, um aprendiz de assassino. Nem queria que Moli soubesse muita coisa, pois sabia que a podia estar a expor ao perigo.

Fitz nasceu com duas magias. O Talento e a Manha. O Talento é uma magia que faz com que quem a tem consiga entrar nos pensamentos de outras pessoas e manobrar as suas vontades, ou apenas contacta-las e falar com elas.
A Manha é uma magia considerada impura. Dá a quem a tem a possibilidade de se vincular a um animal (ou mais). Falar com os animais, viver "dentro deles". Quem fosse apanhado a usa-la seria morto.
E assim, Fitz nasceu com as duas magias e cresceu com elas, sem saber como as usar decentemente. Foi ensinado no Talento pelo Mestre Galeno, que só lhe incutiu terror, atacando várias vezes o rapaz. Quanto à Manha, começou a usá-la sem saber o que era.

De um vasto leque de personagens interessantes e significativas, vou destacar o Bobo.
O Bobo é a personagem mais estranha da saga. É o Bobo do Rei Sagaz e metade do que diz parece não fazer sentido.
Torna-se amigo do Fitz, mas é uma amizade um tanto estranha, uma vez que não é possivel para Fitz entender metade do que o Bobo diz ou quer.
O Bobo tem um segredo. E o Fitz faz parte dele.
O que será que o Bobo quer de Fitz?
Esta é uma pergunta que não vou responder aqui. Esta é uma das perguntas que muitos dos que lêem esta saga fazem a si mesmos enquanto estão a ler. 

Mistérios, enredos, paixões, venenos, traições, amores, desejos, mentiras, assassínios, guerra, sonhos, magia, aventuras, romance, intriga.



Estes são alguns dos ingredientes da Saga do Assassino.
Uma Saga    MARAVILHOSA!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Juliette Benzoni - a melhor de sempre...


Chegara o momento de avaliar a minha grande espera pel' "O Quarto do Rei" para dar continuidade à leitura que ficara pendura em "Mataram a Rainha!".



Para mim, os melhores livros, até agora lidos, de Juliette Benzoni. O enredo e a vivacidade da história prendem o leitor às folhas, às letras e ao cheiro. Estava com medo do segundo volume ser mais fraco que o primeiro. Mas até ao epílogo houve suspanse e muito mistério. Posso afirmar que foi a saga que mais gostei e que menos me custou a ler.
Penso que estes dois livros são bons para quem se quer aventurar no Romance Histórico. São mais suaves e muito bonitos.
Gostei bastante de haver ligação entre esta saga e a trilogia "Segredo de Estado", que foi a que li antes. Nestes dois volumes fala-se muito de personagens presentes nos 3 volumes do "Segredo de Estado". É interessante ver a ligação hsitórica e cronológica dos factos.
Em suma, são ótimos livros que devem ser lidos.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Olá amigos das leituras!

Depois de 2500 visitas era tempo de mudar. Foram mudadas as cores e o resto ficou igual porque é maravilhoso. Agradeço a todos os participantes e aos leitores que participam ativamente. Vamos continuar assim para chegarmos rápido às 5000 visitas.

Os meus melhores cumprimentos,
Marta Bento

sábado, 19 de maio de 2012

"A Rapariga dos pés de vidro"



Ofereceram-me este livro no meu aniversário. Este livro conta a história de duas pessoal que se apaixonam. Mas essa paixão está dependente de um problema raro de saúde, o corpo de Ida está a transformar-se em vidro. Midas tenta encontrar uma cura. É um romance do imaginário que, a meu ver, termina de forma pouco gloriosa. É livro bonito e muito interessante mas o final parece arranjado à pressa. 
Em suma, recomendo e aprovo, mudava era o fim. 


quarta-feira, 16 de maio de 2012

"As Feras de Jamrach" de Carol Birch

  "Nessa altura, a rapariga espreitou por detrás da mãe, agarrando o lenço às bolinhas que trazia à volta do pescoço e sorrindo. Foi o primeiro sorriso da minha vida. Claro que isso é uma coisa ridícula de se dizer; já me tinham sorrido muitas vezes (...) E, no entanto, digo: foi o primeiro sorriso, porque foi o primeiro que alguma vez me atravessou como uma agulha demasiado fina para ser vista." p.21
 
Aqui está um livro que me surpreendeu.
Quando o vi, com a sua capa bonita, misteriosa e luminosa, pensei que iria gostar bastante dele. Li a sinopse na parte de trás e gostei do que li. E aqui está uma sinopse que não engana.

Gostei imenso do livro. É dos meus favoritos.
A história é narrada por Jaffy Brown. Jaffy inicia a sua narrativa falando da sua infância nos esgotos de Bermondsey, na casa por cima da ponte onde vivia com a sua jovem mãe. Jaffy gostava imenso do mar. A sua canção de embalar era o som das ondas e das músicas dos marinheiros.
Mas a mãe de Jaffy teve de abandonar aquele local imundo e levou Jaffy e os dois foram morar para uma casa em Ratcliff Highway. Foi nessa parte de Londres que Jaffy, agora com oito anos, encontro o tigre.
O tigre pertencia ao senhor Jamrach, um alemão que vendia animais selvagens. Jaffy aproximou-se do tigre e tocou-lhe no nariz. O animal abocanhou-o e levou na sua boca. No entanto, Jaffy foi salvo pelo senhor Jamrach.
Jaffy foi trabalhar para a loja de Jamrach, onde conheceu Tim Linver, um belo rapaz, com apenas mais um ano de idade. Tim tinha um irmão, Ishbel, irmã gémea. Ele de olhos azuis e cabelo louro e liso, ela de olhos castanhos e cabelo louro aos caracóis. Jaffy gostava muito dela.
Depois de algumas trapalhadas e brincadeiras, chegou a noticia de uma expedição em busca de um dragão e Tim foi convidado a ir. Jaffy também quis ir e Ishbel pediu a Jaffy para cuidar de Tim, que era sempre muito esperto e corajoso, mas no fundo tinha muito medo. Jaffy prometeu e lá foram eles, com um caçador de animais selvagens chamado Dan Rymer, um lobo do mar. Os três juntaram-se ao Lysander, o barco baleeiro que os levou na viagem. E lá descobriram uma tripulação muito especial.


 "Ainda a vejo de pé, a acenar, protegendo os olhos do sol". p.79


Esta é uma história muito interessante. Jaffy tem uma forma muito especial de a contar. A forma de a contar fez-me lembrar Kvothe, de O Nome do Vento. Uma descrição precisa, uma descrição emocionada e cheia de sentimentos. Emoções, muitas emoções. Uma viagem não só pelo mundo, mas também pelo fundo do pensamento, do coração. Um relato de sobrevivência, um relato muito detalhado e emocional. Uma viagem emocionante, cheia de perigos e alegrias. Um desenlace frenético e estranho. Uma jornada pela luta pela vida. Acontecimentos estrondosos. 

"Por vezes, parecia que as estrelas ao longe, distantes de toda a terra, estavam a gritar. Centenas de quilometros a berrar no interior da nossa mente. Tão bela, aquela noite, acordar no céu com as estrelas gritantes a toda a volta. Tremi. Em baixo, os outros pareciam estar a milhões de distância e eu tinha medo de cair. Nunca me tinha sentido assim e perguntei-me se estaria a ficar enjoado mais uma vez(...)" p. 186

Esta é uma história, sobretudo, de sobrevivência e de luta. Luta pelo mais básico, pela respiração, pela existência, pela amizade, pelo amor.
Uma história que me emocionou. Não estava à espera...
Este é um livro especial e bonito.

Recomendo-o a todos! :)

domingo, 13 de maio de 2012

Época dos Venenos - Juliette Benzoni

Mataram a Rainha!

Sinopse

Fugida do convento onde a mãe a queria obrigar a tomar o véu para assegurar a fortuna paterna, Charlotte de Fontenac refugia-se em casa da tia de Brecourt, irmã do defunto pai. A jovem perde-se na noite e surpreende um ritual aterrador numa capela abandonada... Um desconhecido arranca-a à sua perigosa contemplação... Tudo se passa numa época em que o vento pestilencial do caso dos venenos sopra sobre Paris e a corte de Luís XIV. Madame de Brecourt envia Charlotte para o Palais Royal, para a corte da jovem duquesa de Orleães, Madame, a pitoresca princesa Palatina. Um caminho singular, o dos palácios reais, abre-se diante de Charlotte, mais perigoso do que se imaginaria. Um capricho da natureza fá-la parecer-se com um antigo amor de Luís XIV, o que lhe vale o ódio silencioso de madame de Maintenon, em vias de tomar o lugar de madame de Montespan. No momento de maior perigo é a rainha Maria Teresa que vem em seu socorro, mas por pouco tempo, pois morre no espaço de quatro dias...
Mortes suspeitas, missas negras, um amor que não ousa dizer o seu nome e protecções que desaparecem uma após outra. Que vai ser de Charlotte? 

O Quarto do Rei

 

Sinopse

Ao mesmo tempo que a rainha Maria Teresa morre, Charlotte de Fontenac desaparece. Vista pela última vez a entrar atrás do soberano no seu gabinete, a jovem parecia perturbada. Depois, ninguém sabe dela. Um desaparecimento sem importância no meio das cerimónias fúnebres.

No entanto, algumas pessoas interrogam-se e, entre elas, madame de Montespan, cujo favor real vacila, mas que gosta muito de Charlotte. A dama decide alertar o tenente-general da Polícia, Nicolas de La Reynie. O que acabam por descobrir é apavorante e, quando a jovem reaparece de súbito, todos constatam que já não é a mesma.

Que se passou durante aqueles meses de ausência, que tanto afligiram os que lhe eram próximos, entre eles a sua prima Léonie e sobretudo Alban Delalande, o jovem que a ama com um amor sem esperança?

Depois de Mataram a Rainha!, eis o segundo volume das aventuras de Charlotte de Fontenac: intrigas, peripécias, incertezas em volta do caso dos venenos. Juliette Benzoni conseguiu misturar todos estes ingredientes com a sua maestria habitual.

 Finalmente, 

saiu o segundo volume da Época dos Venenos, o primeiro livro que li de Juliette Benzoni. Desde setembro que sonho com este segundo volume. Já o encomendei online e já vem a caminho da minha casa. Deve chegar na próxima semana. Vai ser uma espera angustiante.
A capa é bonita e a sinopse é maravilhosa. Que ânsia.

 O Prisioneiro da Máscara de Veludo - Segredo de Estado, volume III

Sinopse

Depois da morte do marido – morto em duelo por François de Beaufort – Sylvie, duquesa de Fontsomme, retirou-se para as suas terras para aí educar a sua filha Marie e o pequeno Philippe, cujo nascimento está envolto num segredo que ela preserva cuidadosamente. O jovem rei Luís XIV, ordena-lhe que reintegre a Corte em Saint-Jean-de-Luz, onde se realizará o casamento com a Infanta Maria Teresa: Sylvie deve juntar-se às damas da nova rainha.
É no decurso das festas do casamento real que Sylvie vai ter oportunidade de livrar de um grande sarilho um mosqueteiro apaixonado, mas pobre, o que lhe valerá a estima e depois a amizade do tenente d’Artagnan (...)
O peso dos segredos de Estado faz-se sentir. Para uma mulher profundamente atingida, será que o derradeiro dos segredos trará ainda uma esperança de felicidade?... 
 Depois de dois livros bons vem o terceiro que, a meu ver, é o melhor da trilogia. Sílvia e Francisco encontram o final merecido, mas antes do fim há muitas mais peripécias a ler. De batalhas onde morrem muitos heróis a tiros à porta de igrejas, muitas coisas acontecem. Há mortes em duelos e mortes em castelos reais. Esta trilogia mostra como as intrigas reais podem ser realmente crúeis mas também como podem salvar a vida de Maria, filha de Sílvia. Ao longo dos três volumes os Segredos de Estado vão aparecendo, todos dependentes do primeiro, a Paternidade do Rei.
 Recomendo, mais uma vez, esta leitura a quem gosta de Romance Histórico e recomendo também a Autora a todos. Juliette Benzoni tem a capacidade de fazer renascer a ânsia de ler mesmo quando a obra parece não ter mais nada a oferecer. Das primeiras linhas às últimas, a leitura é penetrante e não estamos felizes enquanto não chegamos ao fim da obra. 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"Mary Reilly" de Valerie Martin


"Mary Reilly" conta a história de uma das empregadas de Dr. Jekyll, do livro de Robert Louis Stevenson.
Mary trabalha na casa do Dr. Jekyll e demonstra uma certa afeição para com o seu amo. Jekyll também o demonstra, em especial porque a rapariga é bastante perspicaz, honesta, séria e letrada.
Mary é uma jovem na casa dos vinte anos. Quando era pequena era maltratada pelo pai e isso deixou-lhe marcas e cicatrizes. Mary frequentou a escola e aprendeu a ler e escrever. Quando alcançou a idade de poder trabalhar como empregada ou moça de recados, Mary começou a trabalhar. Passou por várias casas até chegar à de Dr. Jekyll.

É ela que escreve a história, como se fosse um diário. Mary começa a contar o seu dia a dia na casa, com o amo e os outros criados, antes do período de Edward Hyde.
Dr. Jekyll começa a enviar cartas para um morada num lugar decrépito e conta com Mary como correio. Mary começa a temer o que a rodeia, mas tal acentua-se mais com a chegada de Hyde.

A história de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, contada não pelo Mr. Uterson (no livro de Robert Louis Stevenson), mas por Mary Reilly.

A minha opinião geral é a seguinte:

O ambiente da história, a atmosfera que rodeia as personagens, é interessante. A Mary é a personagem mais interessante desta obra. É uma personagem bastante complexa.
O facto de haver muitos detalhes sobre a vida da casa foi um pouco maçador, mas era necessário ao ambiente. Os diálogos entre as personagens é a melhor parte e podiam ser em maior número. Acho mesmo que a maior "falha" do livro é a pequena quantidade de diálogos. E a falta de ação.
Ou seja, gostei do livro, apesar de não ser bem aquilo que estava à espera, uma vez que estava à espera de algo mais movimentado.

É um livro. Existe o filme!

sábado, 28 de abril de 2012

"A Revolta" de Suzanne Collins

"Por isso, mais tarde, quando ele murmura: - Tu amas-me. Verdade ou mentira? 

Eu respondo: - Verdade."


 
Depois de ler este livro tenho de admitir que gostei mais dos dois primeiros.

A história continua bem escrita, tem um ritmo igualmente rápido, as personagens continuam a ser interessantes.
Mas estava à espera da mais. De algo mais nos sentimentos das personagens, na forma de se exprimirem, uma vez que há um grande teor emocional e sentimental ao longo do livro, tal como há nos anteriores.

Gostei de como a história evoluiu. Apesar de não ser uma história "bonita", acaba por ter a sua beleza.
Gostei de certas partes da história, especialmente na reta final, pois foi aí que este livro me surpreendeu. E foi isso que eu senti falta ao longo deste livro: a surpresa. Eu senti este ingrediente mais presente nos primeiros livros e aqui não consegui senti-lo tão forte como nos outros.

Só na reta final. E aí sim, aí voltei a conseguir sentir a surpresa no enredo da história.

Penso que a Katniss ficou um pouco perdida neste livro. Senti que ela estava muitas vezes a perder algo de importante na ação, devido às suas emoções. Sei que está bem desenvolvido, mas comprando-a à Katniss dos anteriores livros, estava à espera que ela agi-se mais, sem ser só no pensamento. Sei que ela sofreu bastante no final do segundo livro, mas mesmo assim penso que podia ter sido diferente, especialmente na forma de mostrar os seus sentimentos (sem ser só em relação ao Peeta e ao Gale, o que penso que não era tão relevante para a história).

Estava à espera de ver um desenvolvimento maior para o lado do Peeta.
E fiquei com a sensação que certas personagens importantes foram eclipsadas no final (e ao longo da história), mas especialmente no final.

Não estou a dizer que não gostei do final. Aliás, está apropriado para o conteúdo das obras. Foi idas partes que mais gostei. Acho mesmo que salvou a história.

Gostei muito da reviravolta antes do final. Penso que a grande conclusão dessa parte é que, independentemente de quem esteja no poder, o poder tende sempre a corromper as pessoas. A sede de poder leva a todas as ações, sem se querer saber da moral e da ética.

E cheguei a outra conclusão:

de que valeu a Katniss ter sido voluntária nos Jogos?
O motivo real dela não valeu de nada.

E essa foi a parte mais triste do livro e da história desta trilogia.

Mas a esperança também habita esta trilogia. E acaba por se fazer sentir.

Sendo assim, faço um balanço muito positivo da trilogia. Recomendo a todos.

:)